Depoimentos
Laura Fabíola Fagury, Presidente da ADEP/BA
Grafite aborda questões sociais
A idéia do grafite é fruto da proposta da nossa atual diretoria da Associação dos Defensores Públicos da Bahia (ADEP), em focar sempre o social.
Particularmente, o trabalho em grafite sempre despertou minha atenção, sempre vi como a arte dos excluídos. E o papel da defensoria pública é proteger e garantir o acesso aos excluídos à justiça. Desta forma, a porta da entrada ao nosso site valoriza aqueles que utilizam da arte para fazer protesto dos problemas sociais, inclusive o mundo do grafite.
Pesquisei e encontrei o trabalho de Paranaguá que me deixou fascinada, pois aborda os problemas sociais, inclusive o mundo do grafite. Inserimos um protesto sobre a educação. Assim, minimizamos um pouco a exclusão e deixamos que o grito pela vida seja ecoado em nosso site.
Parabéns ao artista Paranaguá e a todos os artistas ocultos que deixam a cidade mais bela e consciente de seus problemas. Acesse aqui
www.adepbahia.com.br e veja grafite de Thito Lama, registro de JFParanaguá 2007.
Roberto Landulfo Furtado, jornalista e fotógrafo
Quando conheci o amigo Paranaguá, precisamente em 1986, tive a impressão de ser ele uma pessoa inteiramente comprometida com a clareza da realidade dos fatos. Com o tempo, fomos aprofundando os conhecimentos e o vi como uma pessoa, além de comprometida, como dito acima, também preocupada com o registro, com a documentação da história, pois a história sem documento se perde na memória.
Eis que agora surge o amigo Paranaguá com um resgate de suma importância para a arte popular, para a arte nas ruas, registrando desde 1985 os seus protestos através de pichações, os seus belos grafites e instalações que a Bahia conhece e sabe representar.
Agora, ele traz para nosso deleite, através de belas e simples imagens capturadas com a sensibilidade e poesia que lhe são peculiares, uma parte dessa história recente, porém já esquecida pela grande maioria dos transeuntes, que não lembram o seu verdadeiro significado.
Augusto Queiroz - Jornalista e professor
Inicialmente tido como arte marginal, depois alçado à categoria de obra de arte, graças ao trabalho de luminares como o nova-iorquino Jean-Michel Basquiat, o grafismo urbano ou graffiti vem esperimentando significativas mudanças desde o seu surgimento, na segunda metade do século XX. Sempre conservando, contudo, o seu caráter contestador e experimentalista, em busca de uma nova linguagem na conturbada "urbe", onde o grande formigueiro humano desenvolve as suas atividades do dia-a-dia.
Fenômeno de abrangência planetária, essa forma de arte e expressão têm sido estudadas por especialistas de diversas áreas de conhecimento. No cenário local baiano, o relações públicas e fotógrafo José Francisco Paranaguá Guimarães, ou melhor, JFParanaguá, pesquisador há décadas do grafismo, em suas variadas e ricas manifestações, registra esta arte em ruas e logradouros de Salvador desde 1985. Sempre atentas e perspicazes, suas lentes flagraram obras de consagrados artista do ramo, Bel Borba, Faustino, Inha, Leonel Mattos, Gilson Maciel, U.P.I., Climax, César Carvalho, entre outros.
Mais recentemente, dedicou-se a documentar os belíssimos trabalhos executados pelos jovens artistas do Projeto Graffita, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Salvador com uma função eminentemente educativa, despertando na mocidade o gosto pela arte-cidadã e engajada, que tem brindado o público baiano e turistas com belos e surpreendentes murais artísticos, espalhados por diferentes pontos da capital baiana.